sábado, 20 de setembro de 2014

Parte 4: A Jornada

Diário de Viagem e Pesquisa do Alquimista Interplanetário Icaro Serafim


-Dia 1-

Finalmente cheguei a Ganímedes, o principal satélite natural de Jupiter. Me hospedei em um estabelecimento reservado a viajantes interplanetários. A primeira vista, os nimedianos (como nós terraquios chamamos os nativos daqui) são pacíficos, mas acomunicação com eles costumam ser complicada. Eles conseguem utilizar as tecnologias trazidas por outros viajantes planetários mas eles mesmos aparentemente só desenvolvem objetos de baixa complexidade. A atenção deles comumente está voltada para a caçapredatória dos animais de Ganímedes. Minha missão aqui é investigar uma substância que consegue cicatrizar qualquer tipo de ferimento em questão de segundos.


-Dia 2-

O primeiro dia de trabalho foi bastante proveitoso. Após visitar uma instalação local que parece uma mistura de laboratório de biologia do ensino médio e um açougue, descobri que a tal substancia é extraída da boca de um animal da fauna ganimediana.Os nimedianos, após observarem que esse animal lambia as próprias feridas e estas cicatrizavam rapidamente, passaram a caçar esses animais, extrair sua saliva e utilizá-la em seus próprios corpos. Parece asqueroso, mas o pior de tudo é que funciona! Eé exatamente a saliva pura desse animal que eles comercializam com os viajantes que passam por aqui, muitas vezes trocando por bugigangas.

Preciso encontrar esse animal vivo para extrair um pouco de sua saliva e analisá-la.O que provalvelmente será um problema. Esse animal chamado pelos nimidianos de Goru, vivem em locais de difícil acesso e quando atacados se tornam extremamente agressívos. Consegui ver um deles abatido hoje, tentando descreve-lo com animaisterraqueos, seu corpo lembra o de um urso, mas um pouco maior do que o normal e sem pêlos, a cabeça lembra a de um cachorro buldogue gigante e a pele tem um textura parecida com a pele de um rinoceronte só que com um tom azulado.



-Dia 3-

Passei o dia inteiro organizando um expedição para procurar os Gorus. Contratei 4 nimedianos, sendo um deles o chefe do grupo, seu nome é Akardaum (os nomes dos nimedianos curiosamente lembram muito os nomes arabes da Terra). O que mais me chamou atenção no grupo é que eles possuem um belíssimo cão farejador de Netuno.



-Dia 4-

Eu não sei como estou vivo. Se não fosse pela Virgínia (a cadela de Netuno) o Goru que encontramos teria me fatiado facilmente. Graças a imensa munição de traquilizantes que levamos e mais um punhado de sorte, conseguimos não matar o animal. A extraçãoda saliva não demorou muito tempo. O Goru foi deixado com alguns ferimentos provocados pelas presas da Virgínia, mas nada que o deixasse a correndo risco de morte, quando ele acordar, conseguirá facilmente se recuperar fazendo uso de sua saliva e nós já estaremos longe.

Akardaum me contou que a caça aos Gorus provoca muitas mortes dos nimedianos. Prometi a ele que daria um jeito de ajuda-los depois de analisar a saliva coletada. Desconfio que a efeito cicatrizador pouco tem haver com saliva do animal.



-Dia 5-

Fiz um roteiro de processos para investigar a saliva dos Gorus. O primeiro passo será isolar todas as substancias que compõem a saliva. Nessa etapa o super computador instalado na minha nave será fundamental (preciso agradecer ao Marcus por isso quandovoltar a Terra). Se não fosse esse computador eu levaria anos, talvez décadas para isolar as substâncias. A etapa seguinte é testar de várias maneiras a substância encontradas, até encontrar a que se enquadre como sendo a responsável pela restauração dos ferimentos.



-Dia 10-

Após 5 dias exaustivos de trabalho, finalmente cheguei a uma conclusão! O efeito cicatrizante é causado por uma bactéria encontrada na saliva dos Gorus, elas vivem em sua boca se alimentando dos restos de comida, quando em contato com algumferimento, essa bactéria rapidamente “come” toda a parte morta e/ou apodrecida do ferimento, como se não bastasse, os dejetos dessa bactéria são uma espécie de super estimulante para o processo de cicatrização.

Agora que sei como de fato ocorre esse fenômeno, será possível cultivar essas bactérias em laboratório, a substancia produzida por ela poderá ser extraída para a produção de fármacos. Logo não será mais necessário caçar os Gorus. Amanhã darei a boa notícia para Akardaum.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Parte 3: O Método Científico

A biologia, como toda ciência, busca respostas e interpretações para o que ocorre na natureza, ou seja, para os fatos. A própria palavra ciência deriva do latim e significa conhecimento, saber.

Os cientistas são pessoas que fazem ciência e, como regra, têm grande capacidade de observação e grande desejo de saber o porquê das coisas. São, assim, grandes curiosos da natureza.
Observar é fundamental para se fazer ciência. Os cientistas começam suas investigações dessa maneira. Observam criticamente os fatos e fazem perguntas sobre eles, buscando entendê-los. Depois de feita a pergunta, procuram formular possíveis respostas. Essas respostas são as hipóteses.
Ao formularem uma hipótese, os cientistas procuram reunir várias informações disponíveis sobre o assunto. Uma vez levantada a hipótese, eles fazem uma dedução: preveem o que pode acontecer se a hipótese for verdadeira.
Essa dedução é testada mediante novas observações ou experimentações. Isso permite que se tirem conclusões a respeito das deduções. Se confirmadas, elas são aceitas; se não confirmadas, são rejeitadas e novas hipóteses são formuladas para serem testadas.

                       Etapas do método científico


1. Observação: análise crítica dos fatos.
2. Questionamento: elaboração de uma pergunta ou identificação de um problema a ser resolvido.
3. Formulação de hipótese: possível resposta a uma pergunta ou solução potencial de um problema. Uma hipótese científica é feita com base em conhecimentos disponíveis a respeito do assunto.
4. Realização de dedução: previsão possível baseada na hipótese.
5. Experimentação: teste da dedução ou novas observações para testar a dedução. Ao se realizar a experimentação, deve-se trabalhar com dois grupos:

  • Um experimental: aquele em que se promove alteração em um fator a ser testado, deixando todos os demais fatores sem alteração.
  • Um controle: que é submetido aos fatores sem nenhuma alteração. Assim, pode-se testar um fator por vez e comparar os resultados obtidos no grupo experimental com o que foi obtido no grupo controle. Ocorrendo diferenças entre os resultados do grupo experimental e do controle, elas são atribuídas ao fator que está sendo testado. Não ocorrendo diferenças, pode-se dizer que o fator analisado não interfere no processo em estudo.
6. Conclusão: etapa em que se aceita ou se rejeita uma hipótese.

Parte 2: A Alquimia



Alquimia é uma prática antiga que combina elementos da Química, Antropologia, Astrologia, Magia, Filosofia, Metalurgia, Matemática, Misticismo e Religião. Existem quatro objetivos principais na sua prática.

Um deles seria a transmutação dos metais inferiores ao ouro; o outro a obtenção do Elixir da Longa Vida, um remédio que curaria todas as coisas e daria vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos poderiam ser alcançados ao obter a Pedra Filosofal, uma substância mística. O terceiro objetivo era criar vida humana artificial,os homunculi. O quarto objetivo era fazer com que a realeza conseguisse enriquecer mais rapidamente (este último talvez unicamente para assegurar a sua existência, não sendo um objetivo filosófico).

É reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a Alquimia foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela Química.

A ideia da transformação de metais em ouro, acredita-se estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência. A pedra seria a mente "ignorante" que é transformada em "ouro", ou seja, sabedoria.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Parte 1: A jornada do Herói


Toda aventura possui um herói e um e uma jornada.
A jornada do herói é um conceito apresentado pelo antropólogo Joseph Campbell para entender a estrutura narrativa dos mitos. A jornada do herói está dividida em 3 seções:

1) A Partida lida com o herói aspirando à sua jornada;

2) A Iniciação contém as várias aventuras do herói ao longo de seu caminho;

3) O Retorno é o momento em que o herói volta a casa com o conhecimento e os poderes que adquiriu ao longo da jornada.

Essas três seções da jornada do herói também pode ser entendidas através de 12 estágios espalhados por elas:

1. Mundo Comum - O mundo normal do herói antes da história começar;

2. O Chamado da Aventura - Um problema se apresenta ao herói: um desafio ou a aventura;

3. Reticência do Herói ou Recusa do Chamado - O herói recusa ou demora a aceitar o desafio ou aventura, geralmente porque tem medo;

4. Encontro com o mentor ou Ajuda Sobrenatural - O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado e o informa e treina para sua aventura;

5. Cruzamento do Primeiro Portal - O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico;

6. Provações, aliados e inimigos ou A Barriga da Baleia - O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial;

7. Aproximação - O herói tem êxitos durante as provações;

8. Provação difícil ou traumática - A maior crise da aventura, de vida ou morte.

9. Recompensa - O herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir);

10.O Caminho de Volta - O herói deve voltar para o mundo comum;

11.Ressurreição do Herói - Outro teste no qual o herói enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido;

12.Regresso com o Elixir - O herói volta para casa com o "elixir", e o usa para ajudar todos no mundo comum.